É bem provável que você não saiba o que é economia criativa. Eu também não sabia até ouvir falar sobre o assunto em um curso de Produção Cultural. Fiquei interessada, comecei a pesquisar a respeito e acabei desenvolvendo meu TCC sobre essa temática.
Atualmente, a economia criativa vem ganhando cada vez mais força e visibilidade no mundo dos negócios. Entretanto, o termo ainda é desconhecido para muitos, enquanto outros não compreendem como a criatividade pode ser o principal capital da produção e distribuição de bens.
De acordo com os dados do Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil de 2016, fornecido pelo Sistema Firjan, a economia criativa foi o setor menos impactado pela crise econômica entre os anos de 2013 e 2015.
Em sua edição de 2018, o estudo mostrou que o PIB Criativo chegou a representar 2,61% de toda a riqueza produzida no território nacional, de maneira que a Indústria Criativa gerou um retorno financeiro de R$171,5 bilhões em 2017.
Mas o que é, de fato, economia criativa?
A origem do termo “economia criativa”
O termo surgiu pela primeira vez no ano de 1994, em um documento chamado Creative Nation (Nação Criativa, em tradução literal). Publicado pelo primeiro-ministro da Austrália na época, Paul Keating, o material continha um conjunto de políticas públicas com foco em cultura e arte.
Para John Howkins, autor e pesquisador referência na área, a criatividade não necessariamente é uma atividade econômica, mas pode tornar-se uma ao produzir uma ideia com implicações econômicas ou um produto comercializável.
O critério para que um produto seja considerado criativo é, segundo ele, ser um bem ou serviço resultante da criatividade e carregado de valor econômico.
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) define a economia criativa como um conjunto de negócios baseados no capital intelectual, cultural e na criatividade capazes de gerar valor econômico.
Assim, a instituição afirma que a indústria criativa não só estimula a geração de renda, cria empregos e produz receitas de exportação como também promove a diversidade cultural e o desenvolvimento humano.
Xavier Greffe, professor da Universidade Sorbonne, alega que as atividades artísticas e culturais não importam mais porque satisfazem necessidades artísticas ou culturais, mas sim por possuírem a capacidade de melhorar bens e serviços além dos culturais, tais como moda, habitação, lazer, saúde etc.
Os setores da economia criativa
Na Grã-Bretanha, o Department for Culture, Media and Sport (DCMS), departamento responsável pela cultura, mídia e esportes, identifica treze indústrias como constitutivas das funções criativas.
Dentre elas, estão: a publicidade, a arquitetura, as artes e antiguidades, o artesanato, o design, a moda, a produção cinematográfica, a engenharia de software para videogames, a música, as artes do espetáculo, a edição, a engenharia de software e, por fim, o rádio e a televisão.
Já a Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços de Goiás considera 15 o número de setores abarcados pela economia criativa, sendo eles a arquitetura, o artesanato, as artes cênicas, o audiovisual, o cinema, o design, o editorial, os games, a moda, a música, o patrimônio, publicidade, rádio e TV, pesquisa e desenvolvimento, software e a publicidade.
No Brasil
Ao propor políticas públicas relacionadas à dimensão econômica das atividades culturais e criativas, a Secretaria Especial da Cultura parte da premissa de que ambas são vocações da sociedade brasileira.
Constituem, assim, um setor dinâmico tanto da vida econômica quanto da vida social do país, de forma que a economia criativa contribui para a formação e a qualificação do capital humano, reforçando também os elos identitários.
Em informe técnico do Instituto Mauro Borges (IMB) de 2018, constatou-se que a economia criativa representava 6,9% do PIB goiano no ano, sendo responsável por empregar quase 300 mil pessoas na região.
Quer saber mais sobre a economia criativa? Confira o documentário Made in Goyaz, resultado do meu Trabalho de Conclusão de Curso!