“Revolta na Capital” é um conto de ficção científica escrito para o projeto Em um mês, um conto.
A antologia completa poderá ser adquirida posteriormente como livro físico e também em formato de e-book.
Aproveite a leitura!
Guardei o tablet e voltei para a rua como se nada houvesse acontecido. À minha frente, as enormes torres de mármore se destacavam em meio ao restante dos edifícios. Era para lá que eu iria.
O tempo passou rápido e, quando percebi, carros luxuosos paravam em frente ao Palácio Principal. Homens feios e engravatados desciam dos automóveis, acompanhados por belas mulheres que mais pareciam troféus ao lado daqueles trastes.
Contei um a um até que os vinte e sete entraram no recinto.
Não foi difícil invadir o sistema de segurança e sim mais fácil do que eu pensava. Em questão de minutos consegui desativar as cercas protetoras e liberar o acesso por meio de uma entrada lateral.
O lugar era ainda mais grandioso por dentro. Eu estava rodeada por pilastras enormes e corredores que pareciam não ter fim. As paredes coloriam o ambiente com quadros diversos retratando a história da nossa sociedade. A arte era bonita e, ao mesmo tempo, repugnante.
Notei que estava me distraindo e me obriguei a manter o foco. Não seria fácil passar por todos os funcionários e chegar no tal Salão. Pelo menos foi o que eu pensei. Até que vi um dos mordomos ali parados, me observando sem dizer nada. Um velho.
— Há quanto tempo está aí?
— Não importa. O que você quer aqui, jovem?
— Quer mesmo saber? Eu vim matar a Grande Líder e todos os representantes dos distritos. E se você fosse esperto não me impediria!
Ele esboçou um sorriso cansado.
— Então vá em frente, criança.
Ao dizer isso, simplesmente virou de costas e foi embora. Confesso que fiquei confusa. Imaginei que seria presa ou algo assim. Fiquei uns cinco minutos ali, parada, mas ninguém veio atrás de mim.
Segui pelo corredor e dei de cara com outro trabalhador, que me ignorou como se me conhecesse há anos. Vi que as acompanhantes dos representantes estavam em uma sala externa, conversando entre si.
Menos mal. Não tenho interesse em matá-las também. Bastou andar mais um pouco para que uma moça me indicasse o caminho e em questão de minutos cheguei onde queria. Pelo visto o governo era mais odiado do que eu pensava.
A porta do Salão de Ouro devia ter cinco metros de altura, de ouro maciço. Estremeci ao pensar que a Grande Líder estava do outro lado. Agora, eu poderia cumprir meu destino. Mas como? Não poderia chegar atirando em um cômodo com quase trinta pessoas.
Subitamente, a porta abriu e o chefe de cozinha saiu de lá, passando por mim como se eu fosse invisível. Ao seu lado, segui até onde a comida era preparada. Sem falar com ninguém, entornei minha garrafinha dentro de cada uma das panelas e despejei o líquido verde na refeição dos nossos queridos líderes.
Não fui impedida.
Aguardei ali mesmo e vi os garçons levando os pratos até o Salão, sabendo que eles seriam os últimos a sair vivos de lá. Quem diria que a tarefa mais difícil que já pensei em executar fosse ser tão fácil?
Uma hora depois, não havia nada além do silêncio no Salão de Ouro do Palácio Principal.
Me caiu os butias do bolso.
Parabéns, Excelente desfecho!
Muito obrigada, Helena, que bom que gostou! ❤️
Uauuu!! Adorei esse final. Surpreendente. Pensei que ela fosse morrer. 👏👏👏👏
Fico feliz que tenha te surpreendido, Zilma, muito obrigada por ler!
Nem tudo parece o que realmente é!
Tarefa cumprida!
👏👏👏
Muito obrigada, Sérgio!
Adorei o desfecho!
Parabéns pelo conto!
Muito obrigada, Luna, que bom que gostou!
Adorei o desfecho!
Parabéns pelo conto!!!
Uau! Que final! Adorei.
Que bom que gostou, Liliane, muito obrigada pelo comentário!
Desfecho excelente! Queria que fosse mais longo, pois adorei a Tainara e a história em si. Parabéns, Amanda, todos os elementos foram cativantes!
Muito obrigada, Bella! Sofro pra escrever textos longos, já tava achando o conto grande haha